sábado, 4 de fevereiro de 2017

Os impulsos das paixões

Capítulo XIV

Augusto pediu para deixá-lo ali e ir atrás de socorro, mas não poderia. Daí distante, porém encontramos um mirante, sair tirando força da qual nem imaginava para arrastar Augusto até lá.
A situação não melhorava, entretanto não estávamos perdidos no meio do mato correndo risco de vida. O barulho da chuva o cheiro do mar desabrochava no velho mirante. Augusto parecia sorrir para disfarçar a dor, sabia que o que acontecera era bem mais sério do que parecia dizer.
Fernando chegara no Pic do golfinho de Sancho e tinha duas trilhas para decidir em qual iria seguir. As duas levara ao mirante diferente, uma a sua esquerda e outra à sua frente. Resolveu seguir em frente e em poucos quilômetros nos achara.
Quando menos esperava alguém abre a porta gritando.
O susto de ter alguém gritando se misturava com o alivio de estamos salvos.
O rosto dos dois transluzia algo que não sei explicar, angústia do irmão se transformando em felicidade era algo admirável de observar.
--Como você faz isso comigo, quantas vezes já lhe pedi para parar, porque você tem que viver a vida tão perigosamente. Estou farto de suas aventuras malucas, não vou viver para sempre. Augusto, Augusto...
-- Irmão, irmão, irmão...
-- O que aconteceu com ele???
-- Acho que desmaiou de dor, acredito que tenha torcido feio a perna.
--- Como assim e você não fala nada, deixou eu brigar com meu irmão sofrendo de dor.
--- Você que não parou de falar desde que entrou, nem perguntou se estávamos bem.
-- Calma tenho uma mochila e uma maleta de primeiros socorros no carro, temos que levá-lo para hospital.
Concordo, mas...
A terrível chuva fez cair um raio em uma árvore que caiu próximo do carro e no meio do caminho.
--- Não, não, não, isso não pode estar acontecendo.
--- Calma, tudo vai se resolver, você consegue tirar as coisas do carro?
--- Sim,
--- Cuidado, por favor, vamos imobilizar a perna do seu irmão tentar acordá-lo e tudo irá se resolver.
Com todo cuidado enfaixamos a perna do Augusto que retornou, tinha um analgésico na maleta que tomou para aliviar a dor e adormeceu.
Passada agonia do momento que parecia uma eternidade, Luiz Fernando olhou para mim e disse: Como você está? Desculpa?? Entenda meus irmãos é tudo que tenho, são minha única família, enlouqueço com a ideia de perde-los.
Com desdenho de quem foi abandonada e sem nenhuma piedade, em um ato brutal respondo; não parece porque quem ama cuida.
 Perplexo com minha resposta, Luiz Fernando se aproxima, erguer minha cabeça com uma altivez que vem do coração e diz com lábios trêmulo: Você não entende.
Dentro daquele intervalo de tempo um vento penetrava no mirante que mexia nos seus cabelos molhados e caídos sobre olhos. Desviei o olhar subitamente e me entrelaçando nos seus braços murmurou:
-- Fico feliz por estar bem, não sei o que faria se algo acontecesse a ti.
 E com toda a carne doendo como se um doce ácido a percorresse
Instantaneamente, deslizava sobre mim um martírio de incompreensão, respondi afastando do seu corpo;
--As pessoas são tão ridículas! Cansei desse seu joguinho!
Sabe quem é Mauro? Um futuro namorado que minha família não aceita! Sabe quem é Augusto o meu melhor amigo? E você quem é? Um estranho que pensa que tem domínio sobre mim.
Percebia que ele se encheu de uma cólera que o fazia vermelho e tenso, numa comoção quase perigosa.
Chega!! Basta!! Não temos nada, não quero ser um fantoche em seus braços que você manipula ao seu bem prazer. Não dá mais!! O que queres de mim?
Como um olhar surpreendido Fernando aproximou e...
Estranha criatura, sensível, orgulhosa, tola, difícil de não se apaixonar. Seu olhar negro penetrante, essa sua doçura facial, me faz quere te amar.
Então é isso que pensa de mim???
Chega!!!
Por mais que se percebe em seu olhar uma úmida ternura, tinha raiva por todo aquele teatro que fizera passar. A sensação se misturava. Mauro dizendo eu te amo. Augusto murmurando meu nome em seu momento de dor e sono e Fernando dizendo que estava apaixonado!!
Nunca desejei tanto o raiar do sol.
Ficamos ali. Cada um em um canto do mirante velho. Assim que a chuva passou, Luiz Fernando foi em busca de uma rota de fuga.
Percorremos o caminho de volta agora um pouco mais longo, já que a árvore nos proibia de seguir reto. Chegamos no Pic do golfinho Sancho uma espécie de abrigo e ponto de partida para os passeios turísticos.
Fernando conversou com o segurança que estava ali que consegui algumas roupas e permitiu que trocássemos. Saímos em busca do hospital.
Realmente Augusto teve uma fatura no tornozelo o que impediria de pelas próximas semanas se aventurar.
Chegamos em casa ao amanhecer, todos dormiram, menos tia Kar, que soltou de alegria ao ver-nos chegar bem apesar de tudo.
Disse que não contaria nada do ocorrido para ninguém e que era para disse que Augusto escorregou quando chegou e Fernando levou para hospital.
Assim aconteceu, ninguém soubera de nossa aventura, por mais longa que parecesse e por mais curta que fosse.

Capítulo XV
Era uma linda e calmosa manhã de domingo, já se passara dez dias nesse paraíso de emoções.  Corria um belo tempo; o silêncio monótono cortava a casa. Fazia um grande calor; o clarão do sol abraseava , sentia-se  o sol faiscar nas vidraças, escaldar a pedra da varanda; e Augusto sentia impaciente com aquela situação, o que parecia estar lhe devorando, pois seus olhos fitava o mar com um desejo único e maciço de viver.
Tinha que ficar por muito tempo com a perna mobilizada pois sua torção na verdade rendeu duas faturas no tornozelo que tivera que operar. Entretanto isso não tirava o sorriso dos lábios.
Sussurrou meu nome, quando passei pela varanda do seu quarto. Ao chegar na porta, pediu que se aproximasse.
---- Estou com saudades, sinto falta dos nossos passeios, e conversas, por que se afastastes de mim? Que mal eu fiz a ti? Não me queres mais como amigo?
--- Não é isso, mas sinto-me responsável, você melhor que ninguém sabe que somos responsáveis por aquilo que cativamos. Eu ti cativei, então sou responsável de forma indireta por tudo que ocorreu contigo.
__ Tenho algo importante para falar: sobre aquela noite!
__ Que noite!? Juramos que não íamos mais falar daquele fatalismo episódio...
__ Escute!! Tenho algo que preciso dizer, você precisa saber que naquela noite quando...
Nesse momento como um vendaval Luiz Fernando adentra no quarto arregaçando as vidraças do quarto, abrindo a porta, desmanchando a perfeita harmonia e tranquilidade que havia entre nós. Dizendo que naquela noite recebeu um recado, na qual seu tutor havia falecido e por esse motivo teve que viajar às pressas e que agora como ele era irmão mais velho teria que assumir todo negócio da família e advertiu Augusto com palavras insinuantes e jeitosas, que já era tempo de cuidar da fortuna da família não poderia mais viver de aventuras, que ele deveria optar por fim nos negócios dos pais.
E saindo do quarto disse que ele e seus irmão voltariam naquele dia para casa que as férias tinham acabado.
 Via uma transfiguração no semblante de Augusto que pela primeira concordava com o irmão.
Luiz Fernando chamou as irmãs e Luiz Gustavo disse que seu tutor falecerá e que todos tinham que votar para casa e que era hora de arrumar as malas, pois estavam partindo naquela tarde.
Conversando com Tia Kar percebia que estava transtornado. Disse que ia resolver algo da viajem e pediu que ela fizesse sua mala.
Naquele momento, despertei do meu sono, o sonho havia chegado ao fim. Luiz Fernando e Augusto partirá e logo seria eu voltando para casa. Tudo parecia tão intenso que parecia décadas que estávamos juntos.
Perguntei se Tia Kar não queria ajuda, que pediu carinhosamente que ajudasse Augusto com as roupas.
Fiquei parada na porta sorrindo...
__ Estou com a perna ferida não as mãos.
__ Desculpa, não queria incomodar!!!
__Espera, pode ser que esse seja o nosso último momento não posso deixar passar.
Aproximou-se da porta, pegou minha mão pediu para entrar e fechou a porta.
__ O que tenho para falar é muito importante, temos que ficar a sós.
Suspirou e olhando-me no fundo da minha alma;
___ Desde que meus olhos pousou sobre ti que vivo imensamente um grande amor essas duas semanas ao teu lado, sem se quer suspeitar da minha intensão por algum momento fez me crer que seriamos apenas amigos, contudo naquela noite um suspiro de esperança voltou a brotar após aquele beijo. Nos beijamos tão apaixonados, estava tão entregue nos meus braços que entreguei meu maior patrimônio meu coração.
__Augusto...
__Não fale nada!!! É evidente que meu amor por ti serás invão, terei de sacrificar esse sentimento se quiser tê-la ao meu lado. Estou indo, mas isso não será o fim, tenho muito que lutar, agora nada precisa ter sentido porque você é sopro de vida que ancorou no terreno morto. Há um abismo de sentimentos que pretendo destruir quando voltar.
Agora saia, não quero ouvir suas proposições, e lembre-se; sou aquele que prossegue teimosamente em busca desse amor.
Fique tonta com toda aquela declaração, não esperava, acreditava que era apenas amigos.
Final da tarde se aproximava, era inevitável a casa ficaria mais vazia sem eles, parecia que as férias tinham chegado ao fim.
Luiz Fernando chegava sorridente, avisando aos irmãos que encontrou uma pessoa perfeita para ser tutora dos menores, já que ele e Augusto agora teriam que cuidar dos empreendimentos da família.
Tia Dulce seria a nova tutora e responsável legal dos seus irmãos que já estava de mala prontas.
Todos prontos, abraços, beijos, lágrimas de saudades.
Luiz Fernando aproximou-se e com abraço caloroso disse; quando já tiver partido vai até o pé de cajueiro, lá encontrará uma caixa, na qual tem algo muito importante para ti.
Assim ao cair da tarde, no interior da casa na qual reinava puro silêncio e a perfeita tranquilidade, caminhei com moderação para o quintal. Não se ouvia, nem se divisava nem um som humano, parecia que todos tinham ido com eles.
Em baixo do viçosos e florido cajueiro encontrava-se um caixa de presente que continha uma flor e uma carta.
Ao ler a carta por um segundo sentir a vibração sonora, tom velado e melancólico de Fernando que dizia;
Há esse amor que enlouquece
Que me dá arrepios
Que me faz suspirar
Embriaga com doces afetos
Que me faz delirar.
Esse amor que me sufoca
Prende com olhar
Deixando-me sem saber o que pensar
Se vai ou não querer me amar.?
Tomaste como objeto de puro deleite
Acaricia, com sentimentos inventados
Impõem sua presença com olhar
Me abandona querendo te amar.
Ho! Inquieto amor porque me tratas assim?
Porque me deixa em delírios?
Porque roubaste minha alma?
Tornado escravo na qual o único caminho é
Te amar!!
Desculpas!!
Essa carta quebrava o silêncio, parecia que escutava sua vigorosa voz em uma cantiga pura e suave que fascinava e sufocava meu coração sofredor e minha alma solitária.
Os encantos de Fernando pareciam muito mais gentil e singelo, perfeitamente encantador o seu pedido de desculpas.








Capítulo XVI

No dia seguinte com a partida dos irmãos a casa acordava triste. As meninas não tinham mais por quem suspirar, nem os meninos. Dos poucos que habitavam aquele lindo lugar existia alguém que sempre estava à espreita como uma serpente preste a dá o bote em um dos irmãos. Seu nome era Laura Beatriz, era sobrinha do marido da tia Dulce. Tinha alma aristocrática, era bem vaidosa, mas seu maior defeito era sua índole, maldosa e perversa. Todos sentimos nesses dias o gosto do seu veneno e apesar de sua investida nos irmãos nenhum caiu em sua teia. Apesar da sua incontestável beleza que em alguns momentos Luiz Fernando fazia questão de ressaltar.
Foi Laura Beatriz que trouxe a notícia que um cruzeiro tinha parado na ilha estava recebendo visitação. Foi nesse momento que a casa acordou realmente e uma festividade instaurava pelos cômodos. Todos estavam empolgados com a possibilidade de conhecer o cruzeiro. Alguns diziam que estariam visitando o Titanic.
Subimos os degraus, que conduzia a um grande hotel que se move sobre as águas, no interior, um mundo de serviços e práticas que deveria ser seguida com rigor.
Tinha mais de 300 metros de comprimento, quase 70 metros de altura e 40 metros de largura. É um gigante que singra os mares, cheio de vida.
 A embarcação também conta com programações e opções de lazer para a tripulação nos horários de descanso. Durante o tempo de vigência do contrato, que dura de seis a sete meses, os quase 1.300 tripulantes de 35 nacionalidades diferentes responsáveis pelo funcionamento do navio podem desfrutar de dois bares, uma área de recreação equipada com TV a cabo, computadores, karaokê, jogos de mesas, biblioteca interativa, piscina reservada e academia aberta 24 horas por dia.
Durante o cruzeiro, uma atração diferente a cada dia faz parte da programação de diversão dos hóspedes. Espetáculos de balé, números montados especialmente para o cruzeiro por artistas e bailarinos do Cirque du Soleil, festas e apresentações temáticas comandadas por DJ’s e cantores nacionais e internacionais — como a noite de gala.
Toda essa informação foi repassada para os visitantes. Devo confessar que o Titanic parecia um nada diante do majestoso e imponente MSC Splendida.
Era tudo tão grandioso que alguns detalhes e fundamental passaram despercebidos.
Vagando durante a noite pelas águas claras e tranquilas da praia do cachorro na qual o reflexo da lua prateada se misturava as ondas do mar.
Absolto com meus pensamentos a declaração de Augusto, a Carta de Fernando, a falta de notícia de Mauro, tudo deixava meu coração impaciente.
Ao longe vi um vulto se aproximar, não, não acreditava, não poderia ser, como assim? Minhas retinas tão fadigadas só poderiam está me pregando uma peça.
Como assim ele? Não pode ser! Ele está aqui? Como assim? Não, não, não acredito.
Deveria ser uma ilusão de ótica, um devaneio mental. Não poderia ser ele?






quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Os impulsos das paixões

Capítulo XI


Luiz Fernando estava lá, lindo sentado em uma mesa mais reservada ao me ver levantou e caminhou em minha direção e sussurrou concedi-me essa dança, sendo que já possuía em seus braços. Começamos a dança ele a balbuciar doce palavras.
“Sabia que seus olhos negros dão mais alma, mais luz, do que todas essas tochas espalhadas nesse salão, que nesta noite seu olhar brilha mais que os raios solares. És a mais bela que os meus olhos já avistasse e a mais rara para meu coração, porque seus cabelos são fios de ouro negro e a cor do seu corpo parece um rubor de um belo amanhecer”! Amei tão súbita paixão que, se fora por mim amado e pudesse ser correspondido pediria para beija-la longamente.
Juro que seu modo encantador me desarmou e fiquei vulnerável aos seus encantos como nunca havia ficado e entregue-me ao nosso primeiro e tão aguardado beijo. Beijamos longamente. O doce resfolegar agitava ainda mais um louco desejo ter me nos seus braços. Aquele sorriso cheio de malicia, o encanto do seu perfume, sua pálpebra cerrada no meu olhar tornava-o mais feiticeiro do que nunca.
Quando a música parou, percebemos que estávamos feitos dois bobos no meio do salão saímos a rir da situação. Luiz Fernando disse que iria ao bar pegar algo para bebemos, porém segurei sua mão e disse: Precisamos conversar! Sério! Em outro lugar! Mas Fernando só dizia depois, depois, depois...
Fique na mesa a sua espera e parecia que o tempo não passava, senti algo estranho Luiz Fernando não voltará! Sim! Deixara-me ali, a sua espera e não retornará. Entendi que seu jogo de sedução havia sido completado! Que ódio estava a sentir! Como pude ser tão ingênua, tão infantil em acreditar em todas aquelas palavras e Mauro? Agora tudo estava nítido em minha mente eu não amava, sentia atraída por ele, porque essa era sua função seduzir e abandonar ,o que tinha com Mauro era verdadeiro juro que nunca me senti tão nada, tão objeto. Fernando fez-me sentir a pior mulher do mundo. Naquele momento um ódio irradiava todo meu ser.
Caminhei até o bar, sabia que não vendia bebida para menor de idade então procure alguém que me fornecesse algo bem forte para esquecer aqueles vão momentos. Não muito longe tinha mesa com uns italianos eu acho que estavam a beber tequila, tudo que eu queria, aproxime-me, sorri e quando vi já estava no sétimo copo não sentia mais nada a não ser Augusto me procurando e dizendo;
--- até que fim encontrei estava preocupado. Onde está Fernando?
--- Mais não queria responder, saí da cadeira cambaleando e pus-me a dançar com Augusto que dizia;
--- você estava bebendo? Louca! Não! Loucura deve ter feito Fernando com você, algo aprontou! E agora você não pode chegar em casa assim!
--- olhei para Augusto e dize você está muito chato...
Sair e fui dança com outro e outro e outro...
Até Augusto retira-me dali.
Ficamos sentados na praia e eu repetia cada palavra que Fernando tinha sibilado, Augusto compassivo tentava me consolar. Foi então que não aguentando mais comecei a chorar e ao enxugar minhas lágrimas disse; “parece uma menina de sete anos que perdestes dos pais, não fique a chorar, estais tão linda! Quase não reconheci, uma linda mulher. ”
Não sei dizer o que senti, mas as emoções foram se misturando e novamente eu repeti:
-- já disse que você é meu anjo? Que eu te adoro!
--- Hoje não!!
E segurando seu rosto disse: eu te adoro e em um ato intempestivo beijamos!
Depois disso a minha mente tem alguns flashes, só lembro que acordamos na praia um do lado do outro abraçados. Sentia uma dor de cabeça horrível e sentia um gosto amargo na boca. Resolvi sair à francesa sem incomodá-lo, meus pensamentos estavam turvos e minha linha de raciocínio não era das melhores.

  
Capítulo XII

Na manhã seguinte agi como se nada tivesse acontecido. Se as coisas com Mauro estavam difícil, com Luiz Fernando pior, não poderia perder o carinho sincero de Augusto.
Evitei tomar café da manhã com todos, não estava preparada para olhar para os dois, mas logo fiquei sabendo que Luiz Fernando não estava na casa que tinha viajado na noite passada. Algum problema que ninguém sabia explicar.
Isso era o que faltava para ficar com mais remorso.
Tinha que conversar com Augusto. Tinha que salvar nossa amizade.
No final da tarde fui até a praia da Conceição tentar conversar com Augusto, já sabia seus gostos e como amava surfar, a melhor onda estava ali.
Estava lá, como faz parte da família, lindo como sempre. Veio sorrindo e dizendo;
--não pode viver sem mim. Aposto que estava com saudade, aliás você não disse hoje que me adora, há sobre ontem esquece, porque já esqueci, sei que foi a tequila, mas ainda sim, Luiz Fernando não poderia fazer isso com você.
Olhei fixamente para Augusto e disse: pode respirar um pouco, e sim, te adoro e por isso espero que não me entenda mal. Aquele beijo não deveria ter acontecido, você melhor que ninguém sabe dos meus problemas.
Augusto riu e mudando de assunto disse que amanhã iriamos fazer um passeio que precisávamos liberar endorfina. Iriamos no mirante ver os golfinhos e depois na Baia do Sancho.
No outro dia bem cedo saímos todos a turma toda, fomos até o mirante ver os golfinhos, que para turma estava ótima aventura, entretanto Augusto queria mais e arrastou-me para Baia do Sacho pelo pior caminho.
Fizemos uma escalada a partir da Baía dos Porcos e chegamos na praia que era um espetáculo à parte certamente as praias mais bonitas estão em Noronha.
A praia de águas límpidas e fundo de areia branquíssima era uma das poucas que permite parada para banho, sem causar danos aos corais, que isolava e, limitava a praia por uma falésia acentuada.
Nossa foi perfeito mergulhar naquele mar fez esquecer de tudo, senti que episódio da noite passada não tinha abalado nossa amizade. Perdemos a noção do tempo, conversamos muito e como sempre obras literárias era a pauta da conversa. Eis que surgi a problemática “Capitu traiu Bentinho ou não”? Nossa essa questão é tema para uma tese literária.
 Já estava entardecendo e tínhamos que sair daquele lugar lindo e paradisíaco, porém não dava para escalar os guias tinham ido embora nos dispersamos um pouco do grupo na verdade.
 Naquele momento só tinha uma saída, pela gruta. Via-se que por dentro havia uma escada encravada dentro de uma fenda da rocha, com uma fantástica abertura, com degraus nas pedras. Chegamos uma estreita estrada de terra e com cair do sol a caminhada se tornava escura, pois não havia iluminação nem da lua, nem pública.
Estava exausta, faminta e aflita, pois nessa hora toda deveriam estar preocupados com nós.












Capítulo XIII

Caminhamos por cerca de uma hora. Em nossa frente o mais puro breu. Não sabíamos onde estávamos. Pela primeira vez, vi no olhar do Augusto uma inquietude profunda que oprimia seu coração.
Sentia uma agonia, uma apreensão, caminhávamos a hora, no meio do nada e aquela situação estava se tornando um tormento. Foi quando Augusto parou e disse:
---- Desculpa não vou me perdoar se algo de ruim acontecer conosco e me abraçou longamente, dizendo vamos sair daqui, temos que buscar um lugar seguro para passar a noite, não adianta prosseguir nessa escuridão.
Sentia que a noite ia ganhando corpo e como uma suave melancolia, a brisa do crepúsculo abatíamos sobre nós.
Saímos da estrada de terra, e nos refugiamos em uma árvore à margem da estrada. Augusto trazia consigo uma mochila que tinha quase tudo, menos uma lanterna. Colocamos a toalha no chão e conseguimos fazer uma fogueira, havia encontrado um isqueiro no bolso da mochila e com algumas embalagens e galhos secos conseguimos fazer uma fogueira. Não sabíamos onde estávamos e dependendo do lugar fogueira era proibido, mas era a única solução.
Ficamos ali com frio, com fome, em silêncio, imóvel, um do lado do outro. Augusto tentava sorrir e dizia que teríamos histórias para quatro ou cinco gerações, entretanto em minha mente só pensava na aflição de tia Kar, tia Dulce e minha mãe. Já estava ouvindo os derradeiros adeuses das minhas férias. Partiria no primeiro horário assim que voltássemos.
Tudo me afligia mais e mais, agora a inquietude inexpressiva da minha memória, as horas soando de longe, e só tínhamos a sombra e a penumbra daquela noite.
De repente não muito distante, Luiz Fernando chegava em casa, tia Kar sem querer causar pânico em todos dissera que precisaria conversar.
Tia Kar tinha dito para todos que tínhamos chegados e saídos, mas para Luiz Fernando tinha que contar a verdade, passará cinco longas horas desde que foi em busca de informações e segundo os guias só poderiam ir em nossa busca no outro dia, pois uma tempestade se aproximava e foi nessa hora que tia Kar pediu ajuda de Luiz Fernando.
Fernando desde cedo assumira os negócios da família e a postura de patriarca já que seus pais morreram em um acidente. A hipótese de acontecer algo com seu irmão assombrava muito mais do que aquela tempestade que anunciava alguns na ilha. Sem pensar no risco que essa atitude poderia trazer Fernando partiu em nosso socorro.
Cheiro do mato, uma nevoa fria aproximava e Augusto decidira que era melhor buscar um abrigo com as labaredas da fogueira pusemos a caminhar sem direção e contra os raios que anunciava a tempestade.
Com olhos cerrados para uma direção indefinida Augusto caminhava. Agora só ouvi um silêncio seco que insistia em nos perseguir.
Percebi que no meio das árvores surgia uma luz e mais interessante era que naquela região havia quatro mirantes e que nós só precisamos de um.
Segundo Murphy: “ Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”. Nunca pensei que fosse vivenciar essa teoria da física que meu professor tanto falava.
Estávamos no meio de uma floresta, os galhos feitos tochas estavam para apagar seguíamos uma luz de uma direção indefinida e para causar um dano maior se é possível Augusto torce o tornozelo no caminho. Tudo aconteceu tão rápido, chuva, trovões, aflição de Augusto com dor. Comecei a gritar por socorro, quem sabe alguém nos ouvisse. Grite o mais alto que pude.


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Perfume

Sintonia suave é embriagante
aroma da paz, harmonia
caricias dedicadas ao vento 
suspiros suave da aurora.
Toca-me, envolve-me 
como um entardecer
evapora ao amanhecer
e transpira nesse ardor
de te querer.
quero sentir o perfume 
que faz delirar, 
nas curvas do teu corpo
me entrelaçar 
e assim poder ficar.
Alimentar na tua seiva
transgredir teu coração 
exceder na fantasia
me esboçar nesse amor.
É assim quando não mais puder
ficarei com o pulsar da tua alma
e o perfume que me embriagar 
dizendo como é bom te amar.
 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Os Impulsos de uma Paixão

Capítulo IV
O nosso encontro foi inesperado, para falar verdade um esbarrão no mar, aquele lindo mar de Fernando de Noronha quando uma onda um pouco mais forte quebrou em cima de mim, resultado sai bolando e fui para aonde? Nos pés do Luis Fernando que educadamente me ajudou a levantar.
Naquele momento meu corpo estremeceu, senti algo que nunca havia sentido. Seu corpo tão próximo do meu, sua respiração ofegante, a cor penetrante dos seus olhos fixos a me olhar. Nesse instante o intervalo do tempo parece que resolveu se dissipar lentamente e só se ouvia e se sentia o bafejo do sopro do seu hálito dizendo cuidado e como um breve despertar do sonho mágico, Tia Dulce a bradar por socorro, dizendo que alguém estava morrendo afogada. No instante o encantamento presente se desfez como um rio trazendo um monte de penúria que se transformou em risos por todos. Nunca senti tão humilhada, não sabia o que fazer, para onde olhar, o que dizer.
Terminado o espetáculo e após a retirada estratégica da boba da praia a solução era caminhar a passos largo para casa sem olhar para trás. Chegando em casa só queria esquecer, esquecer, esquecer, como alguém esquece aquele olhar, a voz, o corpo, com esse turbilhão de sentimento como um instalo surgir a imagem de Mauro, então lembrei-me que já tinha problemas demais e que aquelas férias não era momento para namorico.
 Vamos voltar a realidade porque um lindo rapaz, de família de renome jamais iria se interessar por uma menina como eu, uma simples mortal. Deixada a ilusão a parte, durante o almoço nenhum comentário sobre o episódio, porém percebi que um olhar me segui pela casa.
Luiz Fernando acompanhava-me com o seu olhar e um singelo sorriso quando o encarava. Senti a ver como uma zombaria e ignorei. Mais parecia que esse tipo de joguinho o atiçava.
Naquele dia a louça do almoço seria minha. Uma das coisas que tia Dulce fazia questão era de manter a casa em ordem. Casa que não era dela mais se comportava como tal, pois tia Kar não gostava que nós fizéssemos alguma coisa que não fosse diversão, mas todos sabiam que a vontade da tia Kar era só vontade, porque Dulce a megera não deixava ninguém em paz.
Quando estava a lavar sentir um vulto a me seguir. Era ele com aquele olhar e sorriso safado dizendo:  deixa eu te ajudar!
-- Você lava e eu enxugo.
Não respondi nada, resolvi por bem manter a distância.  Até porque nessa altura do campeonato já estava a enxugar e guardar as coisas nos seus lugares. Tinha ainda que varre e passar o pano na cozinha e tirar o lixo, tarefa à qual me ajudou com muito apreço e que devo conversar foi ótimo assim terminei bem mais rápido. Mas sabia que essa atividade não iria sair barata, e estava certa.
Quando concluímos, perguntou o que eu iria fazer depois? ...
Fui para lavanderia e tomei um susto. Chegou e disse:
---- Me dá um beijo! 
---- como assim? Um beijo?

Ele pensa que eu era quem? Ou melhor, beijo não se pede simplesmente acontece!

Capitulo V

Três dias nesse paraíso e parece três meses, foi nesse momento que dei por conta que todo esse tempo não tinha ligado ainda para Mauro, nem avisado que tinha chegado e que estava tudo bem.
Nesse momento senti uma angústia, uma espécie de culpa, de som longínquos a se aproximar e me questionar como poderia sentir feliz? Sabendo que deixei alguém a me esperar e nele pusera uma paixão doentio como rubras flores ardentes. Foi que percebi que o “Pequeno Príncipe tinha razão somos responsáveis por aquilo que cativas”. Eu me tornei responsável por Mauro e por tudo que sentimos e que construímos em comum. Não tinha certeza se iriamos voltar, mas naquele momento eu precisava colocar as ideias e os sentimentos em ordem, pois pressentia que um tsunami estava próximo em silencio, mas sentia o seu soar a agitar.
Corri para o telefone mais próximo, porque o fone da casa tinha um cadeado enorme na qual a chave estava na cintura da tia doce Dulce. Ligue para Mauro que naquele horário não se encontrava em casa, estava trabalhando. Havia esquecido e me perguntava como?
Então resolvi espera o cair da noite para ligar novamente e revirando minha bagagem encontrei alguns livros que a minha querida professora de literatura nos impôs a ler durante as férias.
 Resolvi ficar em casa e por minha leitura em dia como se conseguisse.
As vezes enganasse é uma boa solução. Comecei com José de Alencar “Iracema a virgem dos lábios de mel e cabelo mais preto que a asa de uma graúna”. O único lábio que vinha na minha mente era de Luís Fernando.  Em um mundo de turbilhão aquela leitura se paralisou na sôfrega avidez dos meus desejos ao pronunciar a palavra lábios. As duas imagens se enrolavam na minha mente e um silêncio soturno outra vez abatia minha alma.
Não consegui prosseguir com a leitura. De repente um brando estremeceu a casa era o povo voltando da praia, morrendo de fome, pedindo para tia Kar o almoço e tia Dulce dizendo que todos tinham que tirar a areia da praia, trocar de roupa antes de ir a mesa para ela servir o almoço.
Mais uma vez tentei isolar-me, fugir daquela agitação e daquele olhar.
De alguma formar folhear livros dentro de uma rede no final do sitio serviu para passar o tempo e acabei adormecendo.
A tão esperada noite chegou e todos estavam muito animados, pois haveria um luau. Tia Kar vendo minha distância perguntou se estava com algum problema, se alguém tinha feito algo que me magoasse. Disse que estava com saudade de casa, já que era a minha primeira viagem sem minha mãe e o seu controle me fazia falta. Tia Kar sorriu perguntou se queria ligar para ela .É claro que minha mãe já tinha ligado umas dez vezes, mas precisava de uma desculpa para ligar para Mauro.

Capitulo VI
Todos animados para o luau. O clima de paquera, azaração estava em pelo vapor, os hormônios dos meninos estavam expelindo como uma panela de pressão. Todos querem se dá bem e eu com uma enorme dúvida ligo ou não ligo para Mauro. Então resolvi ligar. Adivinha para o quem? Minha mãe que por sinal adorou a ligação.
Cinco ou seis palavras no máximo e resolvi fazer o que era para ser feito.
---Pronto liguei ...
----alo!
---alo, quem fala?
----Mauro Está?
---- Hum eu acho que sim, pois estava nesse instante falando com uma gatinha aqui na frente da casa.
 Como assim, gatinha!!!!
----Já esqueceu minha voz meu amor!!!!
---- Estava morrendo de saudade, como você me deixa assim sem noticia, estava preocupado!
----- Huuum! Gatinha! Não mude de assunto!!
----- Quem me esqueceu foi você que não reconheceu minha voz!
---- Eu pensei que fosse seu pai, sua voz estava tão grave.
---- Acordei agora e meu sonho tornou realidade. Falar com você. Ultimamente é só lá que você aparece e me pertence. Nunca pensei que fosse dizer isso mais esses dias sem você foram os piores. A saudade chega a doer na minha alma se eu pudesse estaria aí do seu lado te enchendo de beijos e carinhos. Meu amor EU TE AMO e acho que não fiz certo em relação a sua família. Vamos fazer direito, quando voltar iremos falar com sua mãe permitir que ela me conheça e perceba que sou um bom rapaz e que estou apaixonado por sua filha loucamente.
---- Amor você está aí?
--- Estou! Fiquei surpresa com tudo que você falou principalmente pela as três palavras mágicas, não esperava!!!
----Dizer Que EU TE AMO é a pura verdade, pois sei que você me ama!
---- Claro! Gostaria muito que nós estivéssemos junto para curtir esse paraíso. Nossa seria perfeito, mas a vida é feita de realidade e não de sonho. Se assim quis o destino andaremos de mãos dadas, porém por caminhos separados.
---- Até você voltar!
--- Tenho que desligar! Beijos!
---- Beijos! Sonhe comigo meu anjo, pois nos meus estais sempre presentes, no sonho, na mente, na alma e no meu coração. Beijo!
 Nossa sentia-me atordoada, toda aquela declaração me deixou bastante surpresa e tensa. Mauro fazendo planos para um recomeço feliz, entretanto tinha minhas dúvidas e receios não por minha mãe, mas por mim.
Muita coisa tinha mudado principalmente meus sentimentos. É claro que gostava do Mauro e com o tempo distante ouvir sua voz novamente fez meu coração disparar. Queria tê-lo ao meu lado de forma serena, sem brigas, sem discursão. Na verdade, muito do que o Mauro se tornou foi graças a mim.  E nas minhas reflexões eu compreendia que amava o rascunho que tinha passado a limpo e não a sua essência e era por essa essência que queria apaixonar-me quando voltasse.
   Como a noite só estava começando fui me aproximando do luau que estava muito animado. As fogueiras, as músicas no toque do violão e das palmas, todos tão animados que me permitia anima-me também. E por algumas horas cantamos todos juntos, dançamos, rimos ...

Capitulo VII

A festa estava boa, mas aos poucos a turma foi se dissipando. Tia kar disse que iria entrar e que não ficássemos até tarde e tratasse de apagar todas as fogueiras.
Não muito distante, no alto de uma colina que ficava na descida da rua para praia estava Luís Fernando a observar reservadamente, aparentemente parecia que não gostava desse tipo de evento, já não poderíamos dizer o mesmo dos seus irmãos que participaram com uma animação extraordinária.
Sentia um poder enigmático, uma frieza, um desdenho, um mofar, talvez por sua parte por não está participando de algo tão juvenil na qual nos pertencia. Parecia que ele tinha o dobro de sua idade e que aquele mundo não a pertencia.
Resolvi organizar a bagunça na praia, não sentia bem deixar aquela sujeira. Eu e minha mania de limpeza. Mais quem eu queria enganar. Estava me esquivando de Luiz Fernando. Tudo que eu não precisava naquela noite era do seu olhar e do seu sorriso como companhia.
De repente alguém toca minha mão. Juro que feche os olhos para não enxergar, pois tinha certeza que era Luiz Fernando.  Meu coração disparando e os milênios de segundos de um piscar de olhos duraram uma eternidade.
  ---Não devia ficar aqui sozinha pode ser perigoso. Sorriu com aquele sorriso.
--- Você precisa se libertar dos males da cidade, perigoso é deixar esse lixo que esses nossos amigos irresponsáveis deixaram nessa preserva ambiental.
---Mesmo assim era só ter me dito que eu mandaria os meninos limpar!
---Você é sempre assim autoritário, mandão, arrogante, lindo, gostoso, esse olhar!!! Certo que essas últimas palavras ficaram atormentando minha mente.
Ele riu organizou tudo é saiu.
Fiquei a pensar! Foi isso que aconteceu deu as costas para mim, será que esqueceste que estavas ali.
Caminhei pausadamente, saboreando aquela brisa do mar e quase absolta, me deleitando as sensações das palavras de Mauro com o fitar de Luiz Fernando deparei-me como em um espelho na qual o reflexo era Luiz. Rosto a rosto, na troca de olhares na linha da boca do outro. Novamente aquele sorriso desabrochando e arrebentando e desconcertando as minhas certezas. Ficamos ali, não recuei. Grande foi aquela sensação de sentir tão próximo a mim. Não me atrevi a dizer nada; ainda que quisesse, faltava-me palavras. Presa, atordoada naquele sorriso e naquele olhar, não achava gesto nem ímpeto que me arremessasse dali.
Senti seus dedos roçar minha nuca era uma sensação de puro deleite. Via-me entrelaçada nos seus braços e sem querer fugir entreguei-me aquele puro e mágico momento. Seus lábios passando suavemente sobre o meu rosto descendo para meu pescoço quando exclamou:
Tétis, ninfa criatura capaz de envolver e despertar o amor entre cristãos e pagãos.
Aurora extraordinária da doçura desconhecida.
Hábil menina surdiu até então um amor desconhecido.
Murmurou mais duas ou três palavras e saiu.

Capitulo VIII

Durante alguns dias Luiz Fernando esteve ausente e das poucas notícias que tivera era que teve de voltar para resolver negócios que seu pai já havia agendado.
Seus irmãos continuavam a povoar a casa, essa era minha tábua de salvação de vê-lo novamente nem que fosse só para buscar seus irmãos.
 Suas palavras não saiam da minha mente, povoava com o Eu te amo de Mauro o que só aumentava minha angústia e torturava ainda mais.
No meio dos meus pensamentos turvos algo se repetia constantemente por que Luiz Fernando não me beijou? Ao contrário da outra vez que fez aquela brincadeira ridícula na lavanderia até tentou me agarrar sendo que eu o empurrei. Dessa vez não. Ele me tinha em seus braços, estava embriagada por suas palavras em estado de estase de pura contemplação. Por quê? Por quê?
Três dias fora para mim uma eternidade. Acredito por convivermos tudo se torna mais intenso, eu não acredito que estou sentido falta daqueles olhos, daquele sorriso. Minha nossa que loucura é essa, tenho que encontrar meu equilíbrio, voltar para o meu estado inicial, não posso me apaixonar, se já não estou apaixonada!
Tudo seria bem mais fácil se Mauro estivesse aqui!
Certamente Luiz Fernando passaria despercebido por ...
Tenho que me ocupar minha mente, um pouco de cultura sempre distrai a mente aflita e coração.
Eis que encontrei uma distração perfeita; Luiz Augusto irmão do meio de Luiz Fernando aproximou-se não sei explicar como, mas de repente nos tornamos amigos.
 Ele era um jovem formidável. Lembro que primeira grande conversa foi sobre o livro Amor de Perdição na qual dizia ele que o amor é algo revigorante, renovador, não lhe caberia o título de perdição, de maldição.
Lembro-me que passamos horas debatendo até as suas irmãs nos interromper dizendo que Luiz Fernando voltava na sexta trazendo uma surpresa.
Meu coração pulsou no descompasso total, tentei disfarça acho que não consegui, pois Luiz Augusto notara que minhas feições mudaram ao falar em seu irmão.
Tinha um entendimento lúcido e rápido das coisas que elevar-se a mais transcendentes concepções. Olhou para mim e disse: sabe alguns dias atrás acha você muito esquisita, mas agora que te conheço melhor seria uma honra te chamar de cunhadinha!!!!!!
Percebi que humor fazia parte da família, é claro que neguei qualquer insinuação, mesmo sabendo que era inútil tal tentativa.
Augusto me dissera que Luiz Fernando nunca amara de verdade que gozava da plena liberdade com suas excentricidades como um rapaz rico, mas professava sua pureza e severidade como um lorde. Todavia, como homem não deixava de amar os prazeres, o luxo, a elegância e as mulheres. Entretanto ainda não havia encontrado a mulher que lhe devia tocar o vago coração poético.
Foi então que revelou que nos observou esses últimos dias e não entendia o porquê da minha recusa aos encantos do seu irmão. Dizia que ele seria incapaz de me magoa.
Disse-lhe que que não era bem assim, que tinha receio de ser apenas uma aventura de verão para Fernando. Argumentei mostrando nossas diferenças, nossas realidades e mundo tão distinto a qual fazíamos parte. Mas para jovem filosofo e poeta Augusto nada justificava, para ele tudo se resumia em medo de amar.
Afirmava que seria um desencanto, um assombro terrível se sua família soube que estava de namorico com uma jovem pobre. Basta suas irmãs que olha com desdenho para todos da casa e principalmente para mim.


Capitulo IX
Passaram os dias e Augusto assumira a função de cupido e meu fiel escudeiro. Tentava me convence que seriamos o par perfeito (eu e Fernando), ouvia todas as minhas objeções sempre com contra-argumentos fortíssimos que não tinha como replicar.
Então, resolvi por bem contar toda história, não achava justo enganá-lo. Contei do meu romance com Mauro é tudo que ocorreu e que esse era o verdadeiro impedimento da minha parte. Não seria correto, até porque com Mauro tudo era realidade e com Fernando não passava de uma linda quimera.
Augusto com um olhar extático e singelo, sorriu e disse: serei o interprete inspirador de suas inquietações e angústias, serei seu alento para vencer as dificuldades dessa árdua situação, saiba que sempre poderá contar comigo.
Sua voz arrebatou meu peito e percebi que ali encontrava-se um grande amigo.
Agora ganhara outra missão de resolver minha situação com Mauro devo afirmar que conta toda essa história me fez sentir melhor, mais leve, solta, em paz. Pude realmente desfrutar daquele paraíso. Comecei a ficara mais próximo de todos da casa, brincávamos, cantávamos, sorriamos por tanta bobagem que as horas passaram leve e sereno até Augusto me avisar que tinha uma ligação.
Corri para atender pensava que era minha mãe. Quando disse alo! Uma voz original corta a ligação respondendo:
--- Amemos! Quero viver no teu coração, sofrer e amar essa paixão que na tua alma suspira ardentes encantos!
----Mauro você enlouqueceu de ligar para cá!!
---Como assim Mauro????
--- Já me trocaste por outro, logo você que me pareceu ser tão diferente.
--- Quem está falando ???
--- Sou eu, Luiz Fernando, mas desculpa foi engano.
...
Atordoada com a ligação parecia que um abismo profundo se debatia sobre mim. Frágil, perplexa com sua ação, sentia-me no meio do oceano sacudida por golpes de ondas gigantesca.
Augusto veio ao meu socorro e estendeu sua mão.
Juro que não sabia mais o que sentia, meu coração estava oprimido não consegui conter as lágrimas, mas afinal porque chorar. Eu não tinha nada com Luiz Fernando a não ser um joguete de sedução. Minha alma gritava amargas reflexões.
Resolvi caminhar pela praia para tentar romper aquele desalento. Augusto insistiu em ir, mas disse que queria ficar sozinha.
Caminhei até o entardecer; os tons de azul e verde da água do mar, o céu dourado no pôr do sol, os coloridos dos corais de peixinho fizeram encontrar a paz que tanto ansiava.
Resolvi que partir daquele momento eu iria curtir aquelas férias como todos faziam menos eu. Iria sair, viver tudo que esse lugar paradisíaco poderia me proporcionar;  e iria entregar-me a luxuria estrema da carne.


Capitulo X

Na manhã seguinte Augusto chamou para conhecer a praia do leão que ficava no lado sudeste da ilha sendo considerada a mais bela do arquipélago. Segundo Augusto é o local onde as tartarugas marinhas desovam e possuía a maior extensão da ilha com piscinas naturais. Como estava disposta a viver mergulhei nessa aventura.
Teríamos como contrapeso as entojadas das suas irmãs, mas pouco importava, pois, o meu corpo estava vivo como nunca, sentia o pulsar do sangue correndo em minhas veias e adrenalina pulsar todo meu organismo.
Caminhamos por cerca de quase duas horas, já que a última praia e fica virada para o Mar de Fora. Quando finalmente chegamos que visual. Avistamos as Ilhas do Morro do Leão e a Ilha do Morro da Viuvinha, a águas verde azuladas e areia avermelhada, as formações rochosas, uma beleza selvagem. No canto esquerdo no deparamos com lindas piscinas entre recifes de corais, onde é proibido caminhar ou mergulhar e encontramos um guia do parque que nos passou essa informação. É muito importante que respeitassem as regras para que o lugar permanecesse como encontramos. Aproveitamos o momento para conhecer o projeto Tamar que protege as tartarugas marinhas e ficamos encantados com tudo que vimos e ouvimos. Combinamos de um dia para ver a abertura dos ninhos.
Saímos da praia do Leão para fazer uma trilha Ponta do Capim-Açu e chegar a outra extremidade da ilha, onde há ruinas de equipamentos construídos durante a Segunda Guerra. Caminhamos por encostas íngremes até chegar à Ponta do Capim-Açu. Percebia-se que toda aquela excitação e euforia encantava o jovem Augusto que tinha um brilho no olhar que me fixou por alguns minutos.
Estava eufórico e eu morta, mas feliz há tempo não me divertia tanto. Augusto era uma espécie rara engraçado, divertido e amigo.
Estava decido a tirar-me da rotina, ao final da tarde levou-me para ver surfar e ter aula de surf na praia de Conceição, na qual foi uma tarefa muito difícil por não saber nadar não me atrevi sair da areia.
Os dias se passavam e a cada dia uma aventura diferente. Era até interessante ligar para Mauro e contar todas as aventuras é claro ocultando que do meu lado tinha um moreno lindo de 17 anos. Aliás ligar para Mauro tinha tornando rotina já que Augusto me ajudava sempre, e como sempre não deixava ele falar para não vim aquele sentimento de saudade e sempre desligava dizendo “tenho que desligar agora beijo até amanhã. ”É mas tudo que é bom dura pouco. Ouvir as irmãs de Augusto dizer que no final de semana Luiz Fernando voltará e que trazia consigo algumas surpresas e presentes para todos. Aproximava-se o meu martírio, pois o meu carrasco estava prestes a chegar e aquela vida de diversão acabaria no momento que avistasse.
Estava certo de Fernando chegaria na sexta-feira, porém na quinta ao amanhecer quando todos estavam a dormir ouvimos um barulho ensurdecedor era Luiz Fernando mais lindo como nunca, se isso poderia ser possível. Aquela agitação acordou a casa toda.  Aos meios de beijos e abraços de todos, cheguei a pensar que fosse ignorar-me, mas não veio todo sorridente em minha direção abraçou-me longa mente e no impulso deu-me um breve selinho na boca que fez-me ficar corada na frente de todos. Porém esse selinho ele saiu repetindo em todas. Dizendo que estava muito feliz por voltar e tinha resolvido que iria mora em Fenando fazendo um trocadilho com seu próprio nome. Tia Kar veio a interromper mais a tia Dulce que mandou ter modos o que tinha ocorrido para fazer todo aquele barulho e sair beijando todo mundo, entretanto Fernando pegou tinha Dulce pela mão e pôs a bailar no meio da sala. Todos riam tinha virado uma festa e devo confessar que surpreendeu o seu comportamento sempre tão sério. E no meio das voltas que dava em tia Kar e Dulce seu olhar voltava a procurar meu rosto com sorriso nos lábios e uma certa indiferença no seu coração. Não havia remédio era preciso sofrer, com um prazer na face o martírio que me oferecia.
Augusto aproximou-se abaixando os olhos e balançando a cabeça como quem quiser anunciar que algo estava errado e saiu da sala e ao passar por mim sussurrou “fique certa que tudo isso tem um propósito de um certo desejo de vingança”. A princípio não liguei, Fernando conseguia prender-me por vontade.
Após alguns longos minutos acalmou-se e disse que tinha conseguido resolver os problemas da empresa da sua família e que conseguira uma parceria incrível e que os negócios da família não poderia estar em melhor mãos. Distribui presente para todos. Lançou-me um olhar de bondade e proteção ao entregar o presente com um cartão que resolvi esconder.
Agradeci condescendentemente e retire-me da sala. Procurei um lugar ameno para ver o que tinha escrito no cartão, que dizia: “você provocou incêndio na minha boca, e nos meus pensamentos naquela noite e, pois fogo no meu mundo com a palavra Mauro.”
- Que abominável! Nunca jurei amor, era só um joguete em suas mãos. Sim! Agora entenderá cada palavra profetizada por Augusto. Sabias que Fernando iria ferir meu coração com suas ações e curaria com seu sorriso! ...
Ao abrir a caixa tinha um lindo vestido vermelho bem artesanal feito de crochê e rendas e um outro cartão dizendo “te espero logo mais no Bar da Cachorra” se isso acontece alguns dias atrás eu ficaria furiosa, mas agora como já conhecia todos os lugares daquela linda ilha tinha certeza que ele não escolheria esse afrodisíaco lugar por acaso.
Sai em busca do Augusto para mostrar lhe tudo que Fernando tinha feito. Augusto disse ousou dizer-me novamente;
--- Fernando está apaixonado e pior sente rejeitado por ti. Não queria está no seu lugar, conheço meu irmão e sei como ficas quando é contrariado.
---Por que haver de ficar assim nunca se quer trocamos juras ou algo que estivesse relacionando a sentimento. Só olhar e no máximo algumas caricias que vieram de sua parte.
Não sei nada da sua vida, se tem alguém, para ser sincera, sei muito mais de você Augusto meu querido amigo do que do seu irmão.
--- O que faço agora? Vou ao tal encontro?
--- Sim!!! Não se preocupe irei com você, farei parecer um acaso, já que meu irmão não sabe que nos tornamos amigos não irá suspeitar de nada.
--- Estou aflita, meu coração está em sobre salto e em frangalhos, não sei se pagarei para ver.
--- Sim !!! Irás, belíssima com esse vestido, deixara sem ar, sem chão ao vê-la tão linda e também será uma ótima oportunidade de colocar tudo em pratos limpos, afinal vocês não têm nada? Certo!
--Certo! Como sempre! Eu já disse que você é um anjo e que eu te adoro.
--- Hoje não!!!....
(...)
Era oito horas, já tinha começado a me arrumar, como nos últimos dias sempre saia a noite não seria novidade sair novamente naquela noite, mas passei no quarto de tia Kar que rezava e ao me ver sorriu dizendo; “como está linda moça, aonde pensa que vai”?
 Irei passear dá uma volta, não vou demorar, quando tia Kar me interrompeu...
Lindo esse vestido! Foi Luiz Fernando que trouxesse para você?! Como sempre ele tem um excelente gosto.
Saí do quarto um pouco envergonhada quando ela falou:
-- lembre-se o que nos impede de cometer pecado é a prudência, então hoje nada de ser prudente.
Então está na hora de jogar-me a fera.

Poema Cabeça




Essa dor latente que angustia minha alma
Que de repente tomou conta de mim.
Que dói, que perturba, que me desestabiliza
Que me deixa sem sono, sem calma.
 Sem saber para onde ir.

Apossou-se do meu corpo sem pedir permissão
Tomou conta da minha mente como se fosse algo fraco
Fazendo esquecer-se das incríveis batalhas que tivemos durantes dias e noite.
Sem que eu percebesse já estava rendida, completamente entregue.

Não sou mais eu, sinto-me perdida como nunca me sentir.
Sem chão, sem ar, completamente insegura.
Com medo,
assim não consiga reagir.

Percebo que agora não posso lutar contra ti
Neste presente momento tu és mais forte
Pois tomaste conta de mim!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Os impulsos de uma paixão

Os impulsos de uma paixão


|
Melo Abreu

Esse é primeiro de muitos manuscritos que ficam guardados em velhos cadernos que aos poucos estou digitalizando e quem sabe transformando em romance.

Capitulo 01
Até que fim,  Férias! Estava ansiosa por esse momento e ao mesmo tempo apreensiva, pois alguns meses vinham tendo um envolvimento amoroso com Mauro que era alto tinha uma pele clara, melhor dizendo branquinho como eu o chamava. Seus olhos azuis apesar dele sempre dizer que era verde, seus cílios longos e bem pretos destacavam naquele lindo rosto.
Lembro-me que conheci Mauro por acaso e mais ainda foi o nosso relacionamento não sei dizer quando começo mais sei bem como terminou.
Tinha 16 anos, eu acho se não me falhei a memória cursava o ensino médio, iniciei muito cedo os estudos, mas lembro de claramente que Mauro era bem mais velho tinha cause 21 e não estudava, repetiu alguns anos e por isso deixou o estudo de lado. Não consegui livrar-me do horrível dedo pobre, pois todo menino que gostava tinha que ser inferior a mim. Isso era um sério problema acho que tenho algum traço para ser dominadora e eles os submissos. Deixando de lado as brincadeiras, devo confessar que algo naquele rapaz me chamou muito atenção e não sei como, tempo depois já estava entrelaçada nos seus braços e embriagada por seus beijos.
Estranho caminho que a vida segue, vão entender. Pois bem começamos um namoro à moda bem antiga, sabe? Daqueles que mãe não pode nem sonhar, então foi assim o nosso namoro durou 06 longos meses, alias longuíssimos meses parecia uma eternidade.
Em algumas semanas eu tinha feito uma revolução em sua vida. O meu lindo amor estava trabalhando e estudando a noite, não andava mais com aquela turma da pesada que ele andava. Há o principal estava se vestindo melhor. Digo novamente o dedo pobre até hoje só tive um namorado que se vestia bem.  
Nosso amor crescia cada vez mais, apesar de todas as imperfeições sentia que amava loucamente e que esse amor era plenamente correspondido.
Ele era o plebeu com personalidade de Príncipe, incapaz de fazer algo que me magoasse ou que me deixasse triste. Adorava andar de bicicleta, patinar juntos, apesar dos tombos. Sempre estava ali com aquele sorriso para me socorrer.
Devo dizer que algo tão simples se tornou forte porque nos víamos todos os dias ante de ir ao colégio e a noite quando chegava do trabalho e como estudava na escola de frente a minha casa não preciso falar mais nada.
Dizem que felicidade de pobre dura pouco. Verdade! Se bem que eu acho que naquele momento todo mundo já sabia menos minha mãe. Eu como morria de medo dela nunca falei do meu namorico de adolescência. Mas se você não fala vem outra e fala se posso dá um conselho procure falar sempre a verdade não é fácil, mas é melhor.
Em uma manhã bela ensolarada Mauro foi me buscar na escola era prova então ficamos juntos conversando, brincando até o horário de ele ir ao trabalho. Como lá em casa ninguém sabia de nada, estava tudo perfeito até a hora da despedida que não sei como uma vizinha fofoqueira nos viu, nos beijando, aquele beijo que passara amanhã inteira desejando e o mesmo só me dava quando não tinha ninguém na rua. Não sei como, contudo, já estava nos ouvidos da minha mãe dias depois e pior ocorreu no dia que eu não o vi.
Quando cheguei a casa minha mãe estava com aquela cara que ia matar alguém. (eu) perguntou como era estava a escola eu disse bem. Muito sábia, a mesma já tinha ligado antes para escola para obter informações. Dancei feio nesse momento. Disse logo que eu tinha que estudar que estava muito cedo para namorar que no momento certo iria aparecer um bom rapaz de família quando estivesse com os meus 18 anos iria namorar. Mal sabia ela o que o futuro nos guardava. Durante mais ou menos uma hora tive que ouvir tudo que minha mãe despejava como uma máquina alucinada sem controle e calada estava, calada ficava ,até o momento dela dizer que não queria mais saber de história nenhuma minha  com certo marginal, maconheiro e vagabundo. Tudo bem, que eu tinha dedo pobre ,mas já era de mais.
Não aguentei foi o estopim para uma guerra na qual mãe e filha tinham virado inimigas mortais. Como poderia falar assim do meu nobre vagabundo que tinha virado um belo e respeitoso plebeu. Discutimos por horas até é claro a toda poderosa dizer que eu estava de castigo e que não sairia mais de casa e iria para o colégio sob sua vigilância. Longo mês de junho. Foi nesse momento que meu namoro com Mauro estremeceu. Não nos via, nem nos falávamos e pior algumas pessoas fofoqueiras estavam fazendo intriga.
Dias ruim aquele até minha digníssima Mãe ter a belíssima ideia que nas férias eu iria viajar com a minha tia e depois passar o resto do mês na serra com ela fazendo caridade. Nada contra, antes eu até amava essa programação, mas agora era diferente existia ele “Mauro” meu  amado vagabundo.